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O QUE FAZEM OS QUE NÃO FAZEM NADA

Em meio a cidade, aqueles que um dia tiveram casa, família e sobrenome, hoje vagam sem rumo, rotina ou propósito, buscando apenas sobreviver sem poder contar com o auxílio do Estado

LARISSA FERREIRA

Fotos: Larissa Ferreira

Durante uma caminhada por São Paulo nos damos conta de características como a arquitetura, a regionalização da vizinhança ou até mesmo edifícios e estabelecimentos que ajudaram a cidade a criar suas identidade.

No entanto, com o passar dos anos e a falta de manutenção os pedregulhos da tradicional calçada da Sé foram se soltando, a arquitetura art déco que marcou a década de 70 adormeceu por baixo de uma camada grossa de poluição e as diversas esculturas de Tomie Ohtake são encobertas pelo mato dos canteiros e praças da cidade.

 

Esses fragmentos de alma paulistana vão sumindo aos olhos, assim como aqueles que vagam sem destino.


Em 2015 a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) da Prefeitura de São Paulo constatou que havia 15.905 moradores em situação de rua no município de São Paulo. Desse total, apenas pouco mais da metade, cerca de 8.570, haviam sido acolhidos em abrigos da prefeitura.

O resultado do censo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), mostra que de 2000, quando o total era de 8.706, até o ano passado, o número quase que dobrou. Apesar desse aumento, a boa notícia é que o Estado passou a acolher quase três vezes mais moradores do que em 2000, o que pode significar um aumento no número de reabilitações uma diminuição no número de indigentes.

Hoje as subprefeituras da Sé, Mooca e Lapa registram os maiores índices de moradores em situação de rua no município, sendo 52.7%, 11.5% e 5.6%, respectivamente. Apesar do levantamento realizado anualmente com informações coletadas em abrigos, sabe-se muito pouco sobre essas pessoas, os dados se restringem à idade, sexo e localidade, mas de que forma o Estado intervém para prevenir o aumento dessa estatística?

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